O mais puro AMOR ao BOTA e a BOLA!

Num desses tradicionais encontros familiares de fins de ano, ouvi atentamente um “causo” de um ex-atleta do glorioso Botafogo-TM. Refiro-me ao melhor ponteiro direito de todos os tempos da história dos 50 anos, que na época de atleta, conciliava o futebol, em Três de Maio, com a vida militar, na cidade de Itaqui. Observem com atenção ao depoimento emocionante do ponteiro Tarcísio:
“Foi no já distante ano de 1978, quando servíamos o exército em Itaqui.Para poder jogar pelo nosso Botafogo, na sexta-feira, após o expediente e por volta das 18,00 horas, sempre saíamos em dois” milicos” até o trevo, e tentar conseguir uma carona, (geralmente apenas camioneiros é que paravam). Inúmeras vezes, viajamos em carrocerias abertas de caminhões. Saíamos sempre em dupla (eu Tarcísio com o Alemão, Leivinha que na época jogava na Ass. Horizontina e Milton Mayer, este um amigo muito divertido), Picina com Marcelo, e outros que agora não me recordo. Nesta narrativa estávamos eu, e o Milton, tentando uma carona. Tivemos muita sorte em conseguir que uma camionete logo parasse e nos levasse até o trevão das Missões, em Santo Ângelo.Descemos e logo conseguimos outra carona .Paramos no trevo de Giruá, por volta das 23:30 hs. Realmente era a nossa noite de sorte aquela! Atravessamos a cidade de Giruá a pé, e enrolados em cobertor destes pega-pulgas (era uma noite muito fria), chegamos enfim até a saída para Três de Maio. Aí aguardamos alguma “alma bondosa” que nos levasse até o destino. Nesse momento a sorte nos abandonou! Sentamos no chão contra um barranco que havia sido cavado para tirar terra, e ali “cochilamos” até às 6:00 hs da manhã. Acordamos” duro de frio”.!... Como o Milton fumava, arrumamos alguns papéis meio úmidos, e fizemos um fogo para nos aquecer. De repente, um bondoso motorista de caminhão da coca-cola, parou e nos levou até Três de Maio. Chegamos e fomos direto à casa do mano Milton, que juntamente com sua esposa Nadir, nos serviram um farto e delicioso café quente. Ao comentarmos o ocorrido lá na Tecidos Buricá, ainda levamos um “xingão” do tio Marcelino, que falou que deveríamos ter ligado que ele iria nos buscar...Mas não queríamos incomodar ninguém àquela hora da noite, e o celular da época.... Algumas histórias, e tudo pelo Botafogo....”
Esse raro exemplo de esforço, sofrimento, dedicação, carinho e amor ao clube, à bola e aos torcedores, foi devidamente recompensado. Afinal, logo adiante nos anos 80/85, veio a consagração com a conquista do Bi Estadual do Absoluto de Amadores do RS. Obrigado Tarcísio! Seja sempre abençoado!

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